Pé na Estrada

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Cultura Hacker – Reflexões

Dia 15 de abril de 2013 a Pé na Estrada participou do seminário Social Learning: por uma cultura hacker na educação, Mario Pireddu, Prof. Doutor da Cátedra Università di Roma Ter, Itália, na ECA Escola de Comunicação e Artes da USP. Segue abaixo o registro deste seminário.

Pireddu apresentou a ideia de uma escola aberta, o que faria da educação uma experiência saudável e feliz, localizou dentro desta perspectiva como a cultura hacker pode contribuir.

Inicialmente apresentou o conceito de educação e sua relação com a visão de um cidadão ideal, indivíduo que vive em uma cidade idealizada, o que é um contraste com a realidade, existe nesta visão a idealização, a disciplina se relaciona com a ideia de obediência, as disciplinas escolares com as formas de controle da vida. A idealização no modelo de educação valoriza a cidade ideal e rejeita a cidade que está constantemente crescendo. A escola transforma-se em um local para reprodução em série, a escola se isolou, foi dominada pelos livros. Mario avançou neste contexto, mostrou a estreita relação da escrita e a cidade, e trouxe as seguintes questões:

Que tipo de educação temos na era da cidade expandida? Na era das redes digitais?

Como se dá o diálogo entre a escola e o mundo?

Seguiu suas ideias apresentando o conceito dos meios de comunicação, como matrizes e tecidos da experiência, mídias ligadas a percursos de aprendizagens. A tecnologia não pode ficar limitada a uma disciplina com horário e local, os usuários estão cada vez mais com capacidade autônoma de produção, manipulação, dando origem a novos produtos.

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Neste cenário atual existe uma distância da escola que temos e a necessidade social.

Como criar tecelagens de aprendizagens? Pireddu ampliou a reflexão trazendo a seguinte questão:

É possível reformar a escola para que ela não acabe? Como a referência da cultura hacker pode nos ajudar?

No início do seminário Mario apresentou uma visão muito interessante dos hackers, eles são inovadores, desafiam os sistemas e o transformam, na cultura hacker as lições podem ser aprendidas desmudando as coisas, para os hackers os dados, a informação deve ser livre, sistemas abertos, arquitetura descentralizada, e não devem ser julgados com qualificação, mas segundo a sua obra. Arte, beleza, criatividade, lazer, divertimento e tempo livre.

Os hackers conhecem os sistemas, invadem e criam algo novo, constroem um novo modelo. O que move os hackers é a paixão.

Eu particularmente gostei muito desta ideia e acredito que seja urgente expandir essa visão na escola, desta forma a escola que hoje é reprodutora do conhecimento, pode sair desse “lugar” passando a ser produtora do conhecimento, transformadora de realidades.

Os hackers conhecem o sistema atual e criam algo novo, considerando isto, a cultura hacker na escola é um dos caminhos para a construção de uma nova sociedade. Esta não é a nossa maior urgência, construir um novo modelo de sociedade?

Patricia Sarmento